A Emocionante Jornada de um Filho Capturando a Luta do Pai Contra o Alzheimer
Em uma virada do destino que mudaria suas vidas, Cheney Orr, então com 21 anos, foi confrontado com uma notícia devastadora: seu pai, David, foi diagnosticado com Alzheimer precoce aos 62 anos. A doença ameaçava criar um abismo intransponível entre pai e filho, mas Cheney encontrou na fotografia uma ponte para conectar seus mundos.
Cheney, agora com 27 anos, relembra com uma mistura de dor e carinho os dias que passou tentando capturar cada momento com seu pai. Ele fala da culpa que pesava em seu coração, por não ter estado sempre presente, e de como a fotografia se tornou uma forma de redenção, uma maneira de imortalizar os momentos fugazes de clareza e felicidade.
Uma fotografia de maio de 2016 é particularmente expressiva: David, em um momento de serenidade, repousa a cabeça em um skate durante um passeio no Prospect Park, Brooklyn. Essas imagens revelam a lenta transformação de David, que, apesar da deterioração da comunicação, parecia encontrar algum conforto na presença da câmera.
Enquanto a doença avançava, os desafios se tornavam mais árduos. David enfrentava ataques de ansiedade e pânico que duravam horas, deixando ele e a família exaustos. No entanto, havia momentos de surpreendente lucidez e vigor, especialmente na água, onde as lembranças de sua juventude no Arizona ressurgiam, e ele nadava com a graça e a força de um homem muito mais jovem.
Nos estágios finais da doença, quando David mal reconhecia seus entes queridos, palavras simples como ‘Obrigado’ e ‘Eu te amo’ ainda encontravam caminho através do véu do esquecimento, oferecendo momentos de reconhecimento e amor profundo.
David Orr faleceu em casa, no Brooklyn, em 1º de maio, aos 69 anos, rodeado pelo amor de seus três filhos e sua ex-esposa, Masha Hamilton. Esta história, capturada através da lente de Cheney, é um testemunho comovente da jornada de um homem e seu filho através da tempestade de emoções e desafios trazidos pelo Alzheimer, iluminando o poder da fotografia em preservar o amor e a humanidade nas circunstâncias mais difíceis.
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Por John Leland
Fonte: The New York Times – Lens
Redação Latitude