Por Equipe Latitude
Fizemos duas perguntas para Eduardo Vanassi, empresário, fotógrafo e fundador do canal Fotologia Podcast:
LATITUDE: Você concorda que a fotografia de esportes está cada vez mais ocupada por fotógrafos que antes só faziam eventos sociais (casamentos, ensaios e etc…)?
Concordo, concordo sim.Eu acho que a fotografia de esportes não só está cada vez mais ocupada por profissionais que antes faziam outros tipos de eventos e coberturas, como também é a área que mais cresce no nosso mercado, né?
“A que ficou para trás foi a fotografia de retrato corporativo.”
Esse é outro assunto, mas é um segmento que, na minha opinião, não deve durar mais 12 meses, especialmente com a inteligência artificial.
Já a fotografia esportiva, com certeza, está em alta.
Vejo muitos fotógrafos conhecidos, inclusive colegas que migraram de outras áreas, abandonando trabalhos como casamentos para se dedicar ao esporte.
A maioria já usa a fotografia esportiva como complemento de renda.
O cara que fotografa casamentos, por exemplo, tem eventos principalmente aos sábados. Se não há demanda, ele começa com a fotografia esportiva como renda extra, e muitos já ganham mais com isso do que com os próprios casamentos.
Vejo um movimento crescente: fotógrafos que entraram no esporte como complemento migraram de mercado, e a maioria já não vê mais isso como renda extra, mas como parte principal da carreira.
LATITUDE: A inversão de risco está vencendo no mercado, assunto que você e seu irmão insistiam no passado recente e até eram criticados por isso. Hoje a teoria está provada.
Como você analisa o crescimento desse subnicho nos próximos meses, qual sua sincera opinião?
Na fotografia, isso foi um tabu por anos. Sofremos muito, porque a metodologia antiga exigia que o cliente pagasse antes, como se fosse a forma mais justa de vender. Mas hoje as pessoas querem ver o resultado antes de comprometer o dinheiro. No exterior, já é comum: você sai de uma atração na Disney e eles oferecem a foto pronta; se quiser, compra.
No Brasil, isso ainda não era comum, mas está virando tendência. As pessoas estão se acostumando a pagar depois de ver o trabalho, especialmente em mercados que exigem agilidade, como o esportivo.
Por exemplo: se você quer vender bem, disponibiliza as fotos 10 minutos após o evento.
Fotografa via Wi-Fi ou uma conexão via smartphone, envia direto para uma plataforma como a Banlek, e o cliente escolhe na hora.
Quanto mais dinâmico e prático, melhor.
As pessoas não querem mais comprar pacotes fechados de 30 fotos se não gostaram do resultado.
“Pra mim, a inversão de risco — entregar primeiro e cobrar depois — é o mais justo.”
Fotógrafos que confiam no seu trabalho não têm medo disso. Se você faz um bom trabalho, o cliente se apaixona pelas imagens e compra naturalmente. Tipo uma mãe que vê fotos da filha de 15 anos numa competição: é quase impossível ela não querer levar todas.
Por que criar barreiras?
Facilitar o acesso ao seu trabalho é essencial.
Fotografe primeiro, mostre o valor, e o cliente decide.
Essa é a grande visão do futuro: o risco é do fotógrafo, mas a recompensa também.
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Retrato que ilustra a entrevista é do fotógrafo Edson Menegatt.
REDAÇÃO LATITUDE