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Uma vida por um instante: a história por trás da foto do surfista no eclipse solar anular

Marcelo Magni

Parece efeito especial, daqueles que George Lucas ou o Steven Spielberg fazem com perfeição. Mas não foi. 

A foto do surfista Italo Ferreira posando pleno tendo como fundo de cena o magnífico eclipse solar anular de 2023 foi uma daquelas situações que nunca mais se repetirão, ao menos com as mesmas pessoas e o mesmo fenômeno, e é resultado de um meticuloso planejamento que durou anos. Não foram só fotografo e equipamento bons, foi uma conjunção de cálculo minucioso com a procura do lugar certo.

Italo Ferreira é o personagem principal da cena, mas o artista por trás das lentes é o fotógrafo profissional Marcelo Magni.

A captura desses segundos magníficos demandou meses de um planejamento meticuloso e emprego de equipamentos especializados, criteriosamente pesquisados e escolhidos para que tudo ocorresse conforme o esperado.

A execução bem-sucedida deste projeto exigiu uma combinação de fotografia, posicionamento preciso e agilidade excepcional para capturar a foto em questão de segundos.

Ferreira teve que se alinhar com cuidado meticuloso, garantindo que a Lua fosse posicionada com precisão milimétrica entre a Terra e o Sol. Enquanto isso, Marcelo Maragni, que estava a aproximadamente um quilômetro de distância, engenhosamente utilizou ao lado de sua câmera também uma série de ferramentas, como rádios de comunicação, dois celulares, óculos de proteção e espelhos. Essas medidas protegeram seus olhos da intensa luz solar e garantiram a remoção de quaisquer efeitos de sombra do atleta da imagem. 

“Estar vivendo este momento é surreal e muito simbólico, principalmente porque representa um dos anéis olímpicos e me lembra o quão especiais as Olimpíadas foram pra mim”, define Italo Ferreira, ganhador do ouro nas Olimpíadas de Tóquio em 2021.

A imagem inédita foi capturada após apenas uma tentativa e em uma breve janela de cinco segundos.

Ensaios e estudos

Antes do evento, Maragni realizou diversos ensaios e estudos durante quatro meses, visitando mais de 20 picos e montanhas para identificar o local ideal. Ele fez diversos cálculos para encontrar o ângulo preciso de posicionamento do surfista e ainda usou dois celulares para simular um teodolito ( instrumento de precisão óptico que mede ângulos verticais e horizontais) para medições mais precisas.

. “Esta foi uma das fotos mais complexas que já tirei. Envolveu diversas tentativas de encontrar um local com a angulação azimutal correta, um ângulo em relação ao Norte e uma inclinação de altura específica. Também usei um filtro de densidade neutra em lente para reduzir a luz que entraria na câmera”, explicou Maragni, que atua na profissão há quase 25 anos.

Texto escrito com fonte Red Bull Content Pool

 


Márcio Martins
Jornalista
Redação Latitude

1 Comment

  1. Luciana Martins

    19/10/2023 at 19:26

    Fabuloso e impecável

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