EMPRESAS

Aprendendo com a Nike

Existem várias opiniões sobre a repercussão da campanha da Nike “Vencer Não é Para Todos” e o ponto aqui é somar através de uma reflexão relacionada com a fotografia esportiva. Vamos lá!

Em um mundo obcecado por resultados e medalhas, a campanha da Nike “Vencer Não é Para Todos” surge como um contraponto provocativo. Ela questiona a noção tradicional de sucesso, sugerindo que a verdadeira vitória está no esforço, na persistência e na superação pessoal — não apenas no pódio.

Paralelamente, a fotografia esportiva, muitas vezes ignorada em meio ao brilho das imagens profissionais, retrata justamente essas narrativas invisíveis. Esta reflexão explora como essas duas dimensões se entrelaçam, revelando a beleza crua do esporte como um ato de resistência humana.

A mensagem “Vencer Não é Para Todos” não desvaloriza a vitória, mas ressignifica seu significado. Em vez de celebrar apenas os campeões, a Nike destaca a disciplina diária, as cicatrizes emocionais e os pequenos triunfos que antecedem qualquer conquista.

Nem todos estão dispostos a pagar o preço da dedicação exigida.

O slogan ecoa uma verdade incômoda: nem todos estão dispostos a pagar o preço da dedicação exigida. A campanha, portanto, honra aqueles que persistem, independentemente do resultado final — um tributo à coragem de continuar.

Enquanto a fotografia profissional busca a perfeição técnica e momentos espetaculares, a fotografia dos campeonatos amadores captura a autenticidade do cotidiano.

Amadores — muitas vezes atletas ou entusiastas — registram cenas improvisadas: um corredor solitário sob a chuva, um idoso levantando pesos em uma praça, crianças jogando futebol em um terreno baldio.
Essas imagens não têm filtros glamourosos, mas transbordam emoção. Elas mostram rostos contraídos pelo cansaço, mãos sujas de terra e sorrisos que surgem mesmo na derrota.

Quando a Imagem Amadora Encontra a Filosofia da Nike

A conexão entre a campanha da Nike e a fotografia amadora está na valorização da jornada.
Uma foto de um maratonista amador cambaleando nos últimos metros, por exemplo, não celebra seu tempo final, mas sua recusa em desistir. Essas imagens personificam a ideia de que “vencer” é um processo íntimo, não um destino.

Arranhões, suor e lágrimas são elementos frequentes nesses registros. Eles humanizam o atleta, mostrando que a excelência não é um privilégio de poucos, mas uma escolha acessível a quem se dispõe a lutar.

A fotografia amadora democratiza o esporte. Ela não exige equipamentos caros ou cenários olímpicos — uma câmera de celular e um olhar sensível podem ser suficientes. Isso reflete a mensagem da Nike de que o esporte pertence a todos, não apenas a elites. Mas que o mérito existe e cobra seu preço.

 

A campanha da multinacional e a fotografia amadora convergem em um mesmo princípio: o esporte é, antes de tudo, uma narrativa humana. Enquanto a Nike desafia a cultura do resultado imediato, fotógrafos amadores documentam a beleza oculta do esforço persistente. Juntos, eles lembram que vencer não é somente sobre chegar primeiro, mas sobre continuar — e que, às vezes, a imagem mais poderosa não é a de um campeão erguendo um troféu, mas de alguém comum se levantando para tentar mais uma vez.

Não é para todos, é para quem vai pra cima.
E realmente são poucos.

Na próxima vez que você vir uma foto desfocada de um ciclista subindo uma ladeira ou de um jovem chutando uma bola em uma quadra deteriorada, lembre-se: ali está a essência do que significa vencer. Como diria a Nike, talvez isso não seja para todos… mas certamente é para quem se permite sentir orgulho da própria luta.

Fica a mensagem de que se você estiver disposto a suportar muitas vezes a dor, o cansaço e o medo de perder, se deixar para trás a descrença que muitas vezes é externa, vencerá.

 


REDAÇÃO LATITUDE

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