COLUNA

Fabricio Garcia

Apoio:
Era tudo que eu queria!

Vamos por um instante voltar no tempo e nos imaginar anunciando ao mundo pela primeira vez nosso desejo de ser um artista, a decisão de escolher como profissão o caminho da Arte.
Provavelmente o primeiro questionamento que você recebeu foi: “Como vai ganhar dinheiro com isso?”

Ninguém faz esse questionamento a um jovem que decide ser médico, advogado ou arquiteto.

Para um artista, sim, é a primeira coisa que perguntam.

Eu poderia escrever um livro inteiro sobre esse tema, e sobre a síndrome do impostor que nós artistas possuímos.
Ao longo de minha trajetória profissional eu vi dezenas de amigos fotógrafos, desenhistas e músicos sendo engolidos por esse monstro chamado falta de apoio.

O apoio desempenha um papel crucial na jornada de um fotógrafo. Ele oferece uma rede de segurança emocional, incentiva a perseverança diante dos desafios e contribui para a validação e reconhecimento do trabalho artístico.

Essa base sólida de apoio emocional e profissional não apenas alimenta a criatividade, mas também facilita o acesso a recursos e oportunidades proporcionando as condições necessárias para que o fotógrafo floresça, mantenha-se motivado e continue a explorar e aprimorar sua arte, mesmo diante das adversidades dessa carreira.

Na maioria das vezes a falta de apoio começa em nosso “adestramento” no sistema educacional, que nem sempre estimula e apoia as aspirações artísticas.

Desde o ensino primário, sempre fui considerado o desenhista da classe, e posso dizer a vocês que durante todo o período escolar, as habilidades artísticas, diferente das matemáticas, linguísticas e até motoras, sempre foram vistas como secundárias ou meros hobbies que só serviam para entretenimento e diversão nos momentos recreativos.

Esse cenário inicial contribui para a criação de “monstros internos”, alimentados pela falta de reconhecimento e apoio.

O Artista, por natureza, já costuma lidar com a síndrome do impostor, um sentimento constante de dúvidas sobre o próprio talento e realizações.

Vai dizer que nunca se sentiu assim?

O que você preenche nas fichas de inscrições de bancos e empresas que perguntam sobre sua atividade profissional? Já parou pra notar que nunca tem fotógrafo por lá? Também nunca vi listado pintor, escultor, ator ou músico, isso só intensifica ainda mais a sensação de sermos impostores.

A síndrome do impostor é uma condição psicológica na qual o indivíduo duvida de suas habilidades e vive com o medo constante de ser exposto como uma “fraude”, mesmo não sendo.

Fotógrafos de diversos nichos podem ser susceptíveis a essa síndrome devido à natureza intensa de críticas que envolve o meio artístico. Além do medo clássico de não ser bom o suficiente, existem várias formas de manifestação dessa síndrome que podem afetar fotógrafos, como o medo do sucesso, comparação constante, desvalorização do próprio trabalho, dificuldade em aceitar feedback positivo, autossabotagem e sentimento de fraude após o sucesso.

Inclusive o apoio ao artista se mostra importante para a prevenção dos sintomas desta síndrome.

O apoio familiar é outro pilar fundamental para o desenvolvimento do fotógrafo. Muitas vezes, ao revelar a decisão de seguir uma carreira artística, o indivíduo se depara com resistência e incompreensão por parte da família, que pode enxergar a arte como um passatempo, mas não como uma profissão estável e rentável, como se tivessem dizendo, que sua arte é “legalzinha”, mas você precisa fazer algo para se sustentar. Essa falta de apoio pode levar muitos talentos a abandonarem seus sonhos, acreditando que esse não é um caminho viável.

Mas como conquistar e manter o apoio?

Buscar apoio é essencial, não tente ganhar o mundo sozinho!

Comunicar-se abertamente com amigos e familiares sobre a importância do apoio em sua jornada é um passo importante, fale a eles o quanto isso é importante pra você. No entanto, se esse apoio não vier imediatamente, é crucial ter paciência e buscar outras fontes, como um mentor ou um colega de profissão. Encontre sua tribo!
A internet se abre como um vasto oceano de possibilidades, conectando artistas e criando comunidades.

E se mesmo assim não conseguir o apoio que precisa, se movimente!

A ação é uma resposta poderosa à falta de apoio.

As pessoas vão começar a perceber sua movimentação, e isso incomoda muita gente, desestabilizando os paradigmas e crenças sobre a sua arte!
Em seguida, todas vão dizer que sempre te apoiaram. Acredite em mim!

A jornada do fotógrafo é uma dança delicada entre a luz e a sombra, e é o apoio que mantém a música tocando. Para você fotógrafo que desafia as marés e segue seu coração, saiba que sua fotografia é um presente para o mundo.

Não permita que a falta de apoio apague sua luz.

 

Estamos juntos nessa jornada!
Nos vemos na próxima coluna.

 


Fabricio Garcia
Fotógrafo – Ensaios Sensuais e Nu artístico
www.fabriciogarcia.com.br
COLUNISTA LATITUDE

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