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Fotografia e Memória – LUCIANA MARTINS

É clichê quando falamos que fotografias são memórias. Sim, é verdade. Porém, quero tratar isso de forma reflexiva e mais profunda, para que, quando dissermos isso, tenhamos compreensão plena do que isso significa.

O ser humano precisa de vestígios que facilitem o ato de se lembrar de algo. Para isso, guardam souvenirs de viagens, convites de importantes eventos, lembrancinhas de momentos relevantes, cartas recebidas e tantos outros objetos ou documentos que façam sua mente transitar entre o presente e o passado. Aqui, certamente a fotografia ganha destaque e poder na capacidade de reativar as sensações e lembranças do passado.

A fotografia se empodera e se torna popular para tal objetivo, diante de sua fácil acessibilidade e eficiência.

Fotografar promove uma coletânea armazenável de fatos e acontecimentos, com o comportamento de veracidade incontestável do que é registrado através dela, quando consideramos ausências de manipulações.

Por ser produzida de forma rápida, precisa e moderna, se cumpre com muita facilidade o registro de memórias. Sendo uma imagem, facilita muito o processo de rememoração, pois nossa memória é construída através de símbolos imagéticos.
As imagens funcionam para o seu espectador como uma recriação dos fatos, não necessitando nem mesmo ter vivenciado o momento, para ser atingido pelas sensações que ela é capaz de transmitir.

Dessa forma, a fotografia se desenvolveu ao longo da história como um rito social, quando pensamos em registros de família. Seu valor passa a ser imensurável, frente às transitoriedades da vida, das constituições familiares e de amizades, das possíveis ausências de entes queridos, dos filhos constituindo suas próprias famílias.

É o registro do cotidiano de todos que amamos como forma de nos salvar de possíveis rupturas e um futuro incerto.

Um álbum de família transmite confiança e acolhimento. Se torna edificante para o grupo familiar, através de seus registros organizados em ordem cronológica, passando o testemunho da existência de geração em geração.

Os antepassados se tornam familiares aos olhos das novas gerações, apontando hábitos, costumes e valores compartilhados naquele núcleo familiar.

A fotografia é uma poderosa ferramenta de construção da memória visual e afetiva. Serve de base para a reciprocidade, para o fortalecimento dos laços familiares e para a sensação de pertencimento e segurança, principalmente quando apresentada às crianças.

Manter os álbuns de fotografia atualizados, seja por fotos profissionais ou amadoras, lembrando sempre que a cada novo integrante da família, a dedicação e regularidade nos registros se faz necessária. Aqui se estabelece que todos precisam e merecem ter acesso à sua história, para que possam construir no seu imaginário as situações vividas. No fim de tudo, o que fica é o amor e a certeza de fazer parte de algo grandioso.

 


Luciana Martins
Fotógrafa de família, lifestyle e documental
Santa Maria/RS
lucianamartinsfotografia.com
COLUNISTA LATITUDE

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