Por Equipe Latitude
De hobby a negócio de R$ 1 milhão: como um fotógrafo carioca transformou selfies de treino em uma agência de fotografia esportiva
André Vieira, fundador da AV Fotografia, conta como criou uma rede com 22 profissionais em menos de 2 anos atingindo números substanciais.

Acervo – André Vieira
Rio de Janeiro, 2020 — Em um mercado dominado por fotos de casamentos e ensaios, um carioca descobriu uma oportunidade inexplorada: fotografar treinos de corrida e ciclismo.
André Vieira, 39 anos, pai de dois filhos, transformou um hobby matinal em uma agência que faturou mais de R$ 1 milhão em 2024 e hoje trabalha com uma equipe de 22 fotógrafos freelancers.
A história, que começou com cartõezinhos caseiros e WhatsApp, virou case de sucesso com ajuda de tecnologia e muita persistência.
O “treino vendável”
Durante a pandemia, quando as corridas de rua foram canceladas, André percebeu que os atletas continuavam treinando — mas não havia quem registrasse esses momentos.
“Se não tem foto de prova, vai ter foto de treino”, decidiu.
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Com uma câmera básica, passou a cobrir rotinas na Vista Chinesa e na Lagoa, locais emblemáticos do Rio, e oferecer as imagens por preços simbólicos. A estratégia, porém, esbarrou na desconfiança inicial:
“As pessoas não entendiam. Perguntavam se eu era jornalista ou se as fotos eram para uma matéria. Explicávamos que era para elas comprarem, mas a cultura não existia”, relembra.
Tecnologia e parceria: o salto para escala nacional
A virada veio com a parceria da Banlek, plataforma que automatizou vendas via Pix e cartão, além de oferecer reconhecimento facial. Hoje, 9% do faturamento é repassado à empresa, mas o ganho em eficiência foi crucial:
“Antes eu perdia horas enviando fotos pelo WhatsApp. Agora, subo as fotos e o sistema faz o resto.
Isso nos permitiu explorar outros 10 pontos de treino pelo Rio”.”.
Modelo de negócio: freelancers, flexibilidade e o conceito de família

Equipe/Família – André Vieira (AV FOTOGRAFIA)
A AV Fotografia não contrata funcionários fixos. Os 22 fotógrafos são autônomos, escolhem seus horários e recebem comissões. A equipe inclui desde uma bancária que virou fotógrafa aos fins de semana até um ex-consultor financeiro que largou o emprego estável para se dedicar às lentes.
“Virou uma família. Temos um grupo onde trocamos dicas, combinamos pontos de atuação e até oferecemos empréstimos sem juros para quem (da equipe) precisa de equipamentos”.
Um dos fotógrafos saiu de R$800 para 25 mil mensais em um ano.
Motivo de orgulho para a empresa e incentivo a equipe da AV Fotografia.
Desafios: de proibições a chuva
Nem tudo foi fácil. Em Juiz de Fora (MG), a administração de um centro esportivo proibiu as sessões, alegando falta de autorização. “Oferecemos parcerias, mas eles não aceitaram. Aprendemos a focar em locais públicos, como praias e parques”, conta.
O clima também é inimigo:
“Tem dias que chove, e o fotógrafo fica lá, encharcado. Mas o atleta vê o empenho e compra por respeito”.
Planos: de Niterói a Nova York
Para este ano, a meta é chegar a 50 fotógrafos e testar o modelo em cidades do interior, onde a escassez de profissionais é grande. André também sonha em internacionalizar:
“Quero levar a AV para os EUA e Portugal. Lá, o mercado de esporte é gigante, mas ninguém faz foto de treino como a gente”.
Curiosidades do negócio:
- Preço médio por foto: R$ 15,00
- Segredo do sucesso: “Não é só a foto. É criar conexão.
A gente entrega cartões de visita, sorri e explica o processo”.

Acervo – André Vieira
LATITUDE: Exemplos de sucesso como o de André Vieira precisam ser divulgados para que fotógrafos iniciantes e aqueles que precisam muitas vezes de um ajuste apenas para se projetar e obter o merecido sucesso na carreira.
Onde encontrar:
As fotos estão disponíveis no site da AV Fotografia e no Instagram @avfotografiaoficial
REDAÇÃO LATITUDE
