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CARREIRA

EVERTON ROSA

Everton Rosa, um nome renomado no mundo da fotografia, natural de Chapecó, Santa Catarina, e radicado no Rio Grande do Sul, celebra seus cinquenta anos de vida. Numa data tão marcante, ele se encontra em Paris, desfrutando das belezas e inspirações da cidade luz ao lado de sua esposa e de seus dois filhos mais novos.

Conhecido por suas contribuições significativas à fotografia, Everton fez uma pausa em sua carreira atrás das lentes há cerca de cinco anos para se dedicar a uma nova paixão: o ensino de posicionamento para profissionais das mais variadas áreas, desde profissionais liberais a mega empresários. Essa transição da arte da fotografia para a arte do ensino e do desenvolvimento profissional marca uma nova fase em sua vida, repleta de insights valiosos e histórias inspiradoras que ele gentilmente compartilha conosco nesta entrevista.

Em uma atmosfera de reflexão, Everton compartilha sua jornada e desvenda o segredo do sucesso em um campo tão competitivo:

“As pessoas que realmente me conhecem”, diz ele, “podem não simpatizar sempre comigo, mas não podem negar minha habilidade de navegar pelo mundo da arte de uma maneira que poucos suportariam.”

(Referindo-se a grande jornada de aprendizado nem sempre de êxito imediato)

Everton iniciou sua carreira em um momento em que a fotografia social, uma arte praticada por seus pais ao longo de suas vidas, parecia pronta para uma revolução. “Havia espaço para inovação, para alguém que pudesse atender às necessidades do público de uma maneira que eles mereciam, mas ainda não tinham recebido”, explica ele.

O segredo para se destacar em qualquer campo, segundo Everton, é reconhecer os espaços vazios e preenchê-los. “Não é que faltassem bons fotógrafos na década de 1990”, lembra ele, “mas eu vi uma oportunidade de aprender com grandes nomes como Sérgio Zardo, a Família Maccagnan e Moacir Bianchi, e trazer algo novo para a fotografia social.”

O sucesso veio não só através de sua habilidade técnica, mas também de um profundo entendimento de que o marketing é essencial.

“De nada adianta fazer um bom trabalho se ninguém sabe quem você é”, afirma.

Everton destaca a importância de se preparar para atender um público carente de serviços de qualidade, uma estratégia que o diferenciou no mercado.

Seu pioneirismo também o levou a compartilhar seus conhecimentos através de palestras, começando com uma apresentação memorável na fronteira do Rio Grande do Sul com a Argentina, até alcançar um público mais amplo em eventos em Porto Alegre. “Fui confrontado com a escolha de falar e me tornar uma referência ou permanecer em silêncio e ser esquecido”, relembra sobre o conselho recebido de Gilmar Maccagnan, uma influência significativa em sua carreira.

Vender é um ato de amor?

Além da técnica fotográfica, Everton entende que o sucesso nas vendas e no atendimento ao cliente se baseia em um ato de amor pela profissão. “Vender é sobre oferecer uma solução única e quem ama o que faz, vende mais”, ele pontua, destacando que uma precificação justa reflete o valor entregue ao cliente.

Ele ressalta que não é apenas o que se fala e sim, como se fala:
Falando sobre atendimento, uma forma de explicar ao cliente o valor da fotografia chamou a atenção em meio a entrevista:

“Explicava para as noivas que achavam caro ter um profissional registrando seu casamento, que a fotografia não fazia parte do orçamento da cerimônia e sim da vida do casal. A fotografia está no casamento, mas pertence a vida deles.
Os docinhos, a decoração, as flores, tudo isso é passageiro e pertence ao casamento. A fotografia, definitivamente, não.”

Isso muda tudo posto que é uma verdade absoluta.
A fotografia passa pelo casamento mas estava presente antes e segue em direção ao futuro, em todos os momentos da vida.

É preciso se preparar para um público que não tem de quem consumir

Refletindo sobre os desafios do atendimento a clientes de alto padrão, Everton ressalta a simplicidade como chave:”No alto nível, as coisas são mais simples. Eu mesmo manobrava o carro do cliente, servia o café”. Essa abordagem direta e pessoal prova que a excelência no serviço não está nos gestos grandiosos, mas na genuína atenção e cuidado com o cliente.

Seu posicionamento profissional como fotógrafo contribuiu para que Everton expandisse seus horizontes para o empreendedorismo, investindo em empresas de diversos setores como tributação (Oceano Fiscal), e assessoria  jurídica (Legal Brasil).
Uma gama de cursos online somam-se à mentoria Myself Club, um trabalho fotográfico de posicionamento pessoal e profissional baseado em metodologias que servem não apenas como meio de captura de imagem, mas como um instrumento de criação para uma nova narrativa pessoal.

“Eu acredito que todo fotógrafo tem uma base gigante que pode transcender para outros projetos, outros produtos, outras áreas, pois a fotografia é uma base, é um ambiente que nos concede privilégios gigantes, porque eu aprendi com os meus clientes e, é claro, estudei muito para conectar o desenvolvimento humano, o desenvolvimento profissional com a imagem.”

A sua trajetória é uma prova incontestável de que o sucesso profissional é construído sobre a habilidade de identificar lacunas no mercado e a coragem de inovar. Sua jornada, da fotografia social à palestrante influente e empresário de visão, ilustra uma abordagem pragmática e estratégica para o crescimento na carreira.

Ele ressalta que, mais do que paixão, é a observação astuta, o marketing eficaz e um profundo entendimento das necessidades do cliente que definem o verdadeiro sucesso. Através de suas experiências, Everton destaca a importância da adaptabilidade, da aprendizagem contínua e da busca incansável por excelência – lições valiosas para qualquer profissional aspirante a deixar sua marca em um mundo competitivo.

Essa entrevista terminou com almôndegas e vinho em sua cozinha, acompanhado da sua simpática esposa e filhos.
Quem conhece o pai e marido Everton (brincalhão e interessado numa boa conversa), muda substancialmente a percepção sobre aquele profissional obstinado por resultados que podemos acessar nas redes sociais.

Ao se despedir, Everton relembrou uma das instruções mais importantes com um sorriso no rosto: “Quem tem o que você não tem, sabe algo que você ainda não sabe.”


Retrato de capa: Evandro Veiga


REDAÇÃO LATITUDE

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